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O Furacão de Dortmund

Posted on sábado, 17 de novembro de 2012 | No Comments

       

       Uma nova potência se ergue entre os tubarões europeus. Os homens germânicos são a revelação do futebol atual e um nome que antes era para muitos desconhecido, passou a estar nas bocas do mundo como um dos mais temíveis adversários europeus. O seu monumental estádio, Signal Iduna Park, mais conhecido como Westfalenstadion, tem capacidade para mais de 81 mil pessoas, no entanto, pode ser verificado nas estatísticas que o estádio está sempre cheio. Os seus adeptos são dos mais ferrenhos e fervorosos do Mundo e o apoio à equipa é constante.
       Esta equipa de novos craques foi construída com pouco. Jogadores como Gotze e Schmelzer vieram da formação, enquanto a dupla de centrais é composta por jogadores outrora dispensados de outros clubes alemães. A média de idades dos pupilos de Jurgen Klopp é de 25 anos e mais de metade dos jogadores do plantel são alemães. Aliás, a relação entre este treinador e os seus jogadores é conhecida por ser afectuosa, sabendo-se que Klopp trata muito bem os jogadores. Estes factores, aliados à inteligência do técnico e à qualidade de jovens talentos resultou em dois campeonatos alemães e presenças na Liga dos Campeões por duas épocas consecutivas. Este ano a coisa não se afigura tão positiva. Vão em quarto lugar, depois de um início a todo o gás do Bayern, que não tem dado hipótese à concorrência. Entre estas duas equipas estão o Schalke e a surpresa da Bundesliga no momento, o Frankfurt.
       A equipa em si é muito consistente, com várias pérolas para lapidar. Na baliza, o experiente Weidenfeller toma conta do lugar e a concorrência do australiano Langerak não é suficiente. A defesa conta com Pisczek na direita e Schmelzer na esquerda. A dupla de centrais é composta por duas muralhas, o sérvio Subotic e o alemão Hummels. No banco, há como soluções o brasileiro Felipe Santana e o experiente Owomoyela. No meio campo, estará presente a maior consistência da equipa. Do experiente Kehl, ao jovem Leitner, passando por Gundogan, Bender ou Grobkreutz há imensas soluções. Nas alas, o croata Perisic e o polaco Kuba (sim, é mais fácil dizer isto que Blaszczykowski) dão profundidade à equipa. O criativo Gotze é a chave da equipa e por ele passa qualquer jogada efectuada pelo ataque do Dortmund. Apesar de já jogar a titular anteriormente, está a conseguir assumir bem o papel de Kagawa que foi vendido no Verão ao Manchester United por um avultado valor. O ataque deverá ser o sector com menos soluções, mas os que lá estão cumprem sempre. O goleador Lewandowski e o veloz Reus, contratado ao Gladbach por 17 milhões de euros são as principais soluções, onde a sua sombra é apenas o jovem alemão Julian Schieber.
       Mas o que mais me impressiona nesta equipa é a facilidade com que levam a bola da defesa até ao ataque em apenas 5/6 toques e com mais 3 toques criam uma jogada perigosa. Isto tudo, com toda a facilidade, parece que conhecem as movimentações dos colegas de equipa de olhos fechados. Este factor, mais a criatividade de alguns jogadores, foi o que permitiu os resultados que obtiveram na Champions, contra o Real Madrid. Ganhar aos espanhóis e ir depois empatar ao Bernabéu não é para qualquer equipa e o que é certo é que o Dortmund o conseguiu.
       Com esta política de aposta em jovens talentosos, onde raramente se esbanja dinheiro em contratações desnecessárias, com a manutenção deste treinador por muitos anos e com esta filosofia de jogo, o Dortmund tem à sua espera um futuro muito cintilante, podendo inclusive rivalizar com os maiores da Europa na luta pelo maior troféu de todos, a liga dos campeões.

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